New England Journal of Medicine publica esta semana artigo que questiona a eficácia da saxagliptina e alogliptina, hipoglicemiantes, inibidores da dipeptidil peptidase 4 (DPP-4), com relação à segurança e eficácia cardiovascular e os desfechos.
Este estudo concluiu que, a inibição da DPP-4 com a saxagliptina não aumentou nem diminuiu a taxa de eventos isquêmicos, embora a taxa de hospitalização por insuficiência cardíaca tenha aumentado. Apesar de a saxagliptina melhorar o controle glicêmico, são necessárias outras abordagens para reduzir o risco cardiovascular em pacientes diabéticos.
O segundo ensaio clínico publicado pelo NEJM, com o nome de Examination of Cardiovascular Outcomes with Alogliptin versus Standard of Care (EXAMINE), foi realizado para verificar se o uso de alogliptina não era inferior ao uso do placebo em relação aos principais eventos cardiovasculares em pacientes com diabetes tipo 2 que possuem alto risco cardiovascular, ou seja, aqueles que já tinham sofrido alguma síndrome coronariana aguda que tenha exigido hospitalização (infarto do miocárdio ou angina instável) recentemente. Foi observado que nestes pacientes, o tratamento com alogliptina resultou em taxas de morte por causas cardiovasculares, infarto do miocárdio não fatal e acidente vascular não fatal semelhantes a aquelas encontradas com o uso do placebo.
Pelos resultados destes dois importantes estudos, vemos que apesar de drogas de última geração, e bastante usadas por nós endocrinologistas hoje para o controle do diabetes tipo II, outras drogas mais baratas, um programa de exercícios físicos e dieta, ainda são muito importantes para o controle, tratamento e até prevenção do diabetes tipo II.
Fonte: The New England Journal of Medicine, de 2 de setembro de 2013
Lizanka Marinheiro
Endocrinologista
Chefe do setor de Endocrinologia
Instituto Nacional de Saúde da Criança, Mulher e Adolescente Fernandes Figueira
FIOCRUZ