A pandemia crescente de diabetes e obesidade tem um impacto substancial sobre a morbidade, mortalidade e despesas com tratamentos de saúde. Além do estilo de vida, ponto central do tratamento, e da cirurgia bariátrica para tratamento da obesidade, as opções farmacoterapêuticas são limitadas.
O medicamento antiobesidade ideal produziria uma perda de peso sustentada com efeitos colaterais mínimos. Contudo, considerando que os mecanismos que regulam o balanço energético se sobrepõem a outras funções fisiológicas e também são influenciados por uma gama de fatores que comprometem a eficácia das intervenções farmacológicas, não é de surpreender que a pesquisa e o desenvolvimento para descoberta de medicamentos antiobesidade estejam repletos de falhas. Além disso, os efeitos colaterais provaram ser um problema com diversos novos agentes.
Novos tratamentos para obesidade que sejam bem tolerados e mais eficazes são, portanto, uma necessidade urgente. Neste contexto, avanços no entendimento da neurobiologia básica da fome e saciedade, especialmente no caso da grelina, colecistoquinina (CCK), peptídeo YY (PYY) e peptídeo semelhante ao glucagon 1 (GLP-1) e do mecanismo homeostático relacionado à leptina e suas vias a montante no hipotálamo, sugerem um novo potencial. Vale observar que os agonistas do receptor de GLP-1 são promissores, não apenas porque estes agentes estão atualmente disponíveis para o tratamento do diabetes, mas por causa dos seus potenciais efeitos na redução do peso corporal em humanos. É provável que o desenvolvimento de tratamentos eficazes e seguros contra a obesidade requeira múltiplas estratégias para permitir a customização da terapia para o indivíduo, assegurando a sustentabilidade da perda de peso.
Autores
Matthias Tschöp is Research Director of the Helmholtz Diabetes Center and Director of the Institute for Diabetes and Obesity, Helmholtz Zentrum München, Germany.
He also holds the Chair of the Division of Metabolic Diseases at Technische Universität München, and is Adjunct Professor at Yale University, New Haven, Connecticut, USA. Professor Tschöp received his M.D. from Ludwig-Maximilians-Universität in Munich, and completed a postdoctoral fellowship at the Eli Lilly Research Laboratories, USA. After establishing his independent research laboratory at the German Institute of Human Nutrition Potsdam-Rehbrücke in Germany in 2002 and 2003, he returned to Cincinnati where he led a research institute as a tenured Professor of Endocrinology and Diabetes at the University of Cincinnati Metabolic Diseases Institute. Until 2009, Professor Tschöp was the Arthur Russell Morgan Endowed Chair of Medicine and Research Director of the University of Cincinnati’s Metabolism Center of Excellence for Diabetes and Obesity. His research focuses on molecular investigation of diabetes and obesity. A key area of interest is the role of gut-brain communication in the regulation of adiposity, glucose homeostasis and energy metabolism. Professor Tschöp is the recipient of numerous awards including the Alexander von Humboldt Professorship, the highest-endowed German research award, in 2012.
Lizanka Marinheiro – Endocrinologista -FIOCRUZ