Já há algum tempo que tenho pensado em escrever sobre tabagismo, sobretudo acerca das motivações e estratégias para se interromper este (péssimo) hábito. Semana após semana, vinha adiando a elaboração desse texto, até que encontrei inspiração para tal, a partir da seguinte mensagem que um grande amigo me enviou: “Decidi! Parei de fumar!”
E, logo após, enviou sua foto com o filho que acabara de nascer.
Se parasse de escrever agora, já seria mais do que suficiente. Já estaria perfeitamente simbolizada uma excelente razão para se parar de fumar: o cigarro faz mal não apenas ao fumante, mas também àqueles que o envolvem, àquelas pessoas de quem se é mais próximo e mais se estima. Neste caso, os números falam por si só: é 20 – 30% maior o risco de câncer de pulmão entre os não-fumantes que vivem com fumantes. Além disso, já ficou também demonstrado que não-fumantes que moram com fumantes têm um risco 30% maior de sofrerem ataques cardíacos ou de morrerem de doenças cardíacas.
Para os que ainda não se convenceram, mais um argumento: o tabagismo é hoje, segundo a Organização Mundial de Saúde, a principal causa de mortes evitáveis em todo o mundo. Significa dizer que, passada a primeira década do século 21, o tabagismo é, direta ou indiretamente, responsável por mais mortes do que a obesidade, as doenças infecto-contagiosas ou as próprias armas de fogo. Nós podemos modificar este cenário.
Ofereço duas sugestões! A primeira: ache aquilo que lhe servirá de inspiração para mudar, que será a razão para ultrapassar as dificuldades iniciais, para resistir ao desejo de fumar e aos efeitos da abstinência à nicotina. Pode ser o filho recém-nascido, a esposa ou o marido incomodado, a vontade de melhorar o hálito ou até mesmo o desejo de economizar mais dinheiro no fim do mês. Não importa qual; descubra e defina uma boa imagem para trazer à mente quando a vontade de fumar tentar falar mais alto.
Por fim, recomendo: procure ajuda médica! A nicotina provoca dependência e tal qual outros tipos de drogas, sua abstinência gera sensações bastante desagradáveis nas primeiras semanas. Para combater sintomas como insônia, irritabilidade ou ansiedade, há uma gama de medicamentos (pílulas, chicletes, adesivos de pele) que, associados à terapia comportamental, ajudarão muito à concretização deste novo objetivo.
Em busca da vitória, até atletas de alto nível precisam da orientação de um excelente treinador, não é verdade? Da mesma maneira, o fumante deve buscar profissionais de saúde gabaritados para lhe ajudarem ao longo deste caminho.
Converse com seu médico! Ele lhe dará mais informações.
André Caetano Barbosa Campos – 14/03/2012