Por que não devemos mais falar em “remédios para emagrecer”?

       Um artigo publicado recentemente na Archives of Endocrinology and Metabolism por um grupo de especialistas propõe que no lugar de falarmos “remédio para emagrecer”, passarmos a usar o nome “medicamento antiobesidade” ou, ainda,  “medicamento para tratar a obesidade“. Segundo, eles ao realizarmos essa troca na nomenclatura poderemos:

  1. Aumentar a adesão do paciente ao tratamento, pois o  indivíduo com obesidade internaliza mais facilmente que ele tem uma condição crônica e que, portanto, o tratamento é para a vida toda.
  2. Reduzir o preconceito em relação aos próprios fármacos, na medida em que fica claro que estamos nos referindo ao tratamento de uma doença.
  3. Ajudar a não confundir o remédio com “ Fórmulas mágicas”, tendo em vista que, estas  são comercializadas para fins estéticos e o medicamento para tratar a obesidade são drogas que passam por anos de estudos. 
  4. Reduzir o estigma de que obesidade não é uma doença, ou seja, as pessoas estão acima do peso por causa de uma doença com fator genético e não por falta de “força de vontade”, precisando de ajuda para emagrecer e não de um tratamento.

       Assim, a proposta feita pela pesquisa traz um caminho para contribuir no tratamento de uma doença crônica que aumenta de forma exponencial e  diminui drasticamente a expectativa de vida das pessoas.

 

Referência: HALPERN, Bruno ; MANCINI, Márcio C .; SANDE-LEE, Simone van de ; MIRANDA, Paulo Augusto Carvalho . “Medicamentos anti-obesidade” ou “medicamentos para tratar a obesidade” em vez de “remédios para perda de peso” – por que a linguagem importa – uma declaração oficial da Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica (ABESO) e da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabolismo (SBEM). Arco. Endocrinol. Metab. , v. 4, e230174, agosto de 2023.

 

Profa. Dra. Lizanka Marinheiro, PhD, Md

Professora  das Pós-graduações em Saúde da Mulher e em Pesquisa Clínica Aplicada à Saúde da Mulher

Coordenadora da Pós-Graduação em Endocrinologia Feminina e Chefe do Ambulatório de Endocrinologia Feminina

Instituto Nacional de Saúde Fernandes Figueira – FIOCRUZ