A poluição e os problemas cardíacos
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As doenças cardiovasculares estão associadas a diversos fatores de risco, reconhecidos pela comunidade médica, como tabagismo, diabetes e hipertensão, para citar alguns. Mas existe mais um fator, que promove um risco significativo à saúde e que compromete inclusive o coração: a poluição.
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A poluição do meio ambiente, de acordo com estimativa do estudo da Carga Global de Doenças (GBD), foi responsável por cerca de 9 milhões de mortes em 2019, sendo dessas mais de 60% relacionadas a doenças cardiovasculares. Esse número assustador mostra que a poluição é um fator de risco que precisa ser estudado e discutido o quanto antes, para que se busquem soluções e estratégias de controle para prevenção de doenças e óbitos.
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Aconteceu, até dia 12 de novembro, a Conferência da ONU sobre Mudança Climática (COP26), em Glasgow, que discutiu, entre outros pontos, os riscos urgentes da mudança climática e da poluição em nosso planeta. De acordo com a ONU, o mundo caminha para um aumento de temperatura em pelo menos 2,7ºC nesse século, provocando uma série de eventos catastróficos para a vida no planeta. Eliminar a emissão de gases do efeito estufa é a saída, diretamente relacionada à poluição em nível industrial.
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Nas pesquisas que fiz para esse texto, os especialistas em doenças cardiovasculares apontaram para a necessidade de políticas públicas de amplo alcance. Podem ser feitas através, por exemplo, de um programa governamental que gere um amplo controle na poluição, e de ações pontuais que busquem atender aos fatores de risco particulares de cada indivíduo. É preciso pensar, urgentemente, em ações de controle da poluição ambiental. Preservando nosso planeta, preservamos também a nossa saúde.
Lizanka Marinheiro – Phd, Md, Chefe do setor de endocrinologia
Instituto Nacional de Saúde da Mulher, Criança e Adolescente Fernandes Figueira
FIOCRUZ