Os 7 erros mais comuns sobre osteoporose
Em 2012, a Associação Brasileira de Avaliação Óssea e Osteometabolismo (Abrasso) encomendou ao IBOPE uma grande pesquisa (Firme Forte Osteoporose 2012) com o intuito de mensurar o grau de conhecimento das mulheres e da população em geral sobre a osteoporose. A análise foi realizada em duas etapas: na primeira foram entrevistadas 1.008 mulheres com idade a partir dos 45 anos nas principais regiões metropolitanas do País, e na segunda, 2.002 pessoas (homens e mulheres) acima de 16 anos de idade numa amostra representativa nacional.
Dentre os principais resultados, destacam-se os 7 erros mais comuns sobre osteoporose:
1) Consumo de leite e derivados: menos de 10% das brasileiras entre 16 e 44 anos de idade consomem a quantidade ideal destes alimentos. Embora a faixa ideal varie com a idade, cerca de no mínimo 3 copos de leite/dia (ou derivados) seriam considerados adequados.
2) Principais fontes de cálcio: a maior parte da população não sabe ao certo quais são as principais fontes de cálcio. A população em geral acredita que bebidas feitas a base de soja ajudam a prevenir a osteoporose (85%), sendo que 67% deles acreditam que essas bebidas ajudam muito na prevenção. Porém, é importante esclarecer que essas bebidas não contém cálcio naturalmente, mas podem ser enriquecidas. Apesar disto, as bebidas derivadas da soja ainda são inferiores ao leite na oferta de cálcio, devendo ser preferidas a ele apenas por aquelas pessoas que não podem consumir leite e seus derivados ou tem intolerância a ele.
3) Densitometria óssea: 60% das mulheres acima de 45 anos de idade nunca realizaram este exame para detecção da osteoporose, o que compromete o diagnóstico precoce e o início do tratamento da doença. Infelizmente, muitas pessoas só descobrem que tem osteoporose após alguma fratura, que seria uma complicação evitável através de terapêuticas apropriadas.
4) Sintomas da osteoporose: 96% das mulheres de 45 anos ou mais acreditam que a osteoporose causa dor, o que não é verdade. A dor considerada “óssea” pelas pessoas podem ser decorrentes de processos degenerativos, inflamatórios, ou de fraturas já instaladas. As fraturas são a complicação mais temida da doença, podendo levar a dor crônica ou mesmo incapacidades na execução das atividades diárias, ou mesmo morte. Logo, a osteoporose é doença silenciosa e não apresenta sintomas.
5) Grupos de risco: 81% da população brasileira que está familiarizada com a doença acredita que a osteoporose é uma doença que afeta apenas pessoas mais velhas.
6) Prevenção: 51% da população que conhece a doença considera que sua prevenção deve ser iniciada na fase adulta. Somente 33% responderam que se deve prevenir a osteoporose desde a infância, o que seria o recomendado.
7) Fatores de risco: Apenas 11% das mulheres a partir de 45 anos citam espontaneamente a menopausa como fator de risco associado à doença. Outro importante fator seria o sedentarismo, porém somente 28% das mulheres com mais de 45 anos referiram fazer atividade física regular, um número muito baixo já que estão na faixa de maior risco de ter a doença.
De modo geral, o conhecimento sobre a mortalidade causada pela osteoporose detectados por esta pesquisa, e a redução da qualidade de vida após uma fratura ainda é baixo, e a doença parece ser vista como algo distante delas. Porém, a osteoporose pode afetar pessoas de todas as idades, embora seja mais comum em homens e mulheres mais velhos. Quase 75% das fraturas de quadril, coluna e punho ocorrem entre pessoas com 65 anos ou mais. Estas fraturas ocorrem frequentemente após uma queda. Entretanto, elas também podem resultar de um esforço ou um impacto de menor intensidade durante as atividades cotidianas. Frequentemente levam à dor crônica, incapacidade e piora da qualidade de vida. As fraturas do quadril em particular quase sempre exigem hospitalização e cirurgias de grande porte e estão até associadas com maior risco de morte.
Apesar destes dados inquietantes, a osteoporose é uma condição altamente tratável e, com uma combinação de mudanças no estilo de vida e tratamento médico adequado o risco de fraturas pode ser reduzido. Maiores informações podem ser acessadas na plataforma digital da pesquisa (www.sejafirmeforte.com.br) e com seu médico de confiança.
Patricia Oliveira
Ginecologista e obstetra
Doutora em Ciências da Saúde pelo IFF/Fiocruz