O que é Diabetes Gestacional ?

O que é Diabetes Gestacional

O diabetes é uma das doenças mais prevalentes no Brasil e no mundo. Estima-se que cerca de 10% da população o tenha. Já o diabetes melittus desenvolvido na gestação (DMG) parece estar presente em 7% das gestantes, porém com os novos critérios pra diagnóstico esta incidência pode aumentar.

O DMG é definido como nível aumentado de glicose (açúcar) no sangue que surge durante a gestação e que geralmente regride após parto, embora em algumas mulheres ela possa se manter alta para toda a vida. Geralmente é assintomático, mas pode ocorrer sensação de sede constante, embora este sintoma também seja comum em gestações normais.

Atualmente, recomenda-se realizar uma dosagem de glicose após 8h de jejum logo no inicio do pré-natal. As mulheres cujo exame for positivo, podem já ser diabéticas sem saber. O exame alterado após o 5º mês de gestação é que faz diagnóstico de DMG; os que estão alterados antes deste período são classificados como DM previa a gestação. Recomenda-se fazer um teste chamado de Teste Oral de Sobrecarga a Glicose (TOTGS), que se faz administrando 75 g de glicose oral e medindo a glicose em intervalos de 1 e 2 horas após o jejum e administração da mesma, para se fazer o rastreamento de Diabetes Gestacional. Pelos critérios da ADA( Associação Americana de Diabetes),o mesmo é realizado em 2 horas,e tendo pelo menos um ponto alterado: jejum: 92 mg/dL; 1h: 180 mg/ dL; 2h: 153 mg/dL, já diagnostica Diabetes Gestacional.

Essa proposta resultaria em aumento significativo da prevalência de casos de diabetes gestacional, chegando a 17% das gestações.

Se você sabe-se diabética e quer engravidar, lembre-se de procurar seu médico antes para controlar bem os níveis de glicose. Mulheres que engravidam com a glicemia descontrolada têm mais chances de aborto, malformações fetais, e outras complicações na gestação. As que desenvolvem o problema durante a gravidez também podem ter complicações para si, como aumento da pressão arterial (pré-eclampsia), e para o bebê, como risco de macrossomia (bebê grande demais), icterícia neonatal (“amarelão”), e hipoglicemia (níveis baixíssimos de glicose no bebê), entre outros.

Alguns grupos de mulheres têm maior risco de desenvolver a doença, como: obesas, mulheres com historia de DMG em outra gestação ou de bebê grande prévio (peso>4kg), e/ou com parentes de 1º grau (pais ou irmãos) com diabetes tipo I (dependente de insulina).O diagnóstico precoce e o tratamento do diabetes gestacional visam reduzir a morbimortalidade materna e melhora a qualidade de vida materna pós – natal .

À semelhança do que é feito para os outros tipos de diabetes, o tratamento do diabetes gestacional inclui dieta individualizada e prática de atividade física e, quando indicado, o uso de medicação. A prescrição de dieta e de atividade física constitui-se na etapa inicial e, se as metas glicêmicas preconizadas não forem alcançadas em duas semanas, o tratamento farmacológico é instituído .O tratamento padrão para o diabetes gestacional é a insulinoterapia subcutânea. Entretanto, o uso de insulina é complexo, de maior custo e de menor aceitação pelas pacientes; pode, adicionalmente, acarretar ganho indesejado de peso. Como alternativa terapêutica, medicações orais mostraram-se, recentemente, de efetividade comparável à da insulina no tratamento do diabetes gestacional .

Se você descobriu DMG em sua gravidez, não se desespere: o acompanhamento por equipe multidisciplinar (obstetra, endocrinologista e nutricionista) tem dado excelentes resultados para o controle da glicose e, conseqüentemente, controle dos riscos para mãe e bebê. Em alguns casos necessita-se utilizar medicações por via oral ou injetável, mas a penas o especialista pode avaliar quando e por que inicia-lo.

Sendo profissional da saúde que lida com este grupo de mulheres, leia mais sobre novos critérios diagnósticos proposto pela International Association of Diabetes and PregnancyStudy Groups (IADPSG).

 

Dra Patrícia Oliveira – CRM 12603

Médica ginecologista e obstetra.

Doutora em Saúde da Mulher pela Fiocruz/RJ