Fico pensando o que ensinar aos jovens médicos e demais alunos que foram selecionados e que me procuram, quando se inicia mais uma ano letivo nas pós-graduações da Fiocruz- Instituto Fernandes Figueira. Geralmente eles vêm cheios de esperança em continuar seu treinamento da faculdade seja em endocrinologia feminina, caso cursem medicina, ou vem desenvolver algum projeto de pesquisa na área de pesquisa clínica aplicada à saúde da mulher, na minha linha voltada ao envelhecimento da mesma e suas principais comorbidades, tema que já venho estudando há vários anos, de forma multidisciplinar.
Ano de 2020 fomos pegos de surpresa por uma pandemia que ainda se perdura por este ano, o que impactou no ensino presencial e prático do mundo inteiro, desde ao de crianças, aos maiores centros universitários do mundo! Soluções criativas, de inteligência artificial e tecnológica rapidamente tiveram que ser postas na prática para minorar a perda didática não só no que estávamos vendo acontecer, mas amedrontados com o que víamos paralelamente: ter que cuidar e dar conta como médicos e pessoas.
Passados um ano de pandemia, aprendemos alguma coisa, diante uma doença que se sabe ainda muito pouco, embora já tenhamos vacinas, protocolos bem definidos para pacientes internados, muito esforço de cientistas na pesquisa por insumos e drogas, estamos vendo novas variantes do virus surgindo e faltam vacinas para todos. Mais que sempre, é necessário continuar tomando TODAS AS MEDIDAS SANITÁRIAS DE PREVENÇÃO que todos ja sabem (e infelizmente, muitos desrespeitam)!
O que pretendo ensinar? Além ou talvez mais do que o conteúdo prático e teórico necessário, (este de fácil acesso nas plataformas excelentes que temos disponíveis na área médica principalmente para alunos da FIOCRUZ), neste período no qual mais um grupo passará comigo, será o cuidado e respeito com o outro. Começando com o colega, com a equipe do próprio hospital, e principalmente com o paciente. Saber ouvir, examinar, e sentir com ele, a sua dor e o que ele está procurando. Tão importante quanto pedir um exame, ou tocar uma mama ou aferir uma pressão arterial. Se aprenderem essa nuance… fico feliz e estarei cumprindo meu papel como professora.
Lizanka Marinheiro, Md, PhD
Endocrinologista – Instituto Fernandes Figueira – FIOCRUZ
crédito da foto – Dra. Mariana Mendes- ex -aluna Pós-Graduada em Endocrinologia Feminina Instituto Fernandes Figueira 2020
Oficial Tenente da Marinha do Brasil – Médica