A importância que a sociedade contemporânea tem em relação a aparência física é notória e, se nas mulheres essa excessiva preocupação se refere em manter um corpo magro, podendo levar até a evolução de transtornos alimentares, nos homens vemos uma apresentação diferente, denominada como Dismorfia Muscular ou Vigorexia. Esta patologia ainda foi pouco estudada e ainda não é classificada nos manuais de psiquiatria (CID 10 e DSM-IV-TR), mas vem sendo pesquisada por diversas áreas de saúde como um subgrupo associado aos transtornos alimentares e doenças em que implicam na distorção da imagem corporal.
A preocupação dos indivíduos, neste casos, é de não parecer “franzino”, diferente do “ideal imposto” que seria forte e musculoso. A distorção da imagem corporal continua presente nestes casos, gerando sintomas, tais como padrões alimentares específicos, o uso de substâncias para aumentar o rendimento físico assim como, em alguns caso o uso de esteróides anabolizantes.
Comportamentos obsessivos e rituais também são observados nestes casos. Os ganhos musculares podem ser checados diversas vezes por dia e a atividade física excessiva causam danos físicos e sociais importantes na vida do indivíduo, que chega a gastar cerca de quatro a cinco horas diárias nas práticas dos mesmos, evitando compromissos que venham a prejudicar sua rotina alimentar e de treinos.
É uma patologia ainda muito pouco conhecida e atinge, na maioria dos casos pacientes do sexo masculino.Por mais forte e com a musculatura definida que a pessoa se encontre, nunca é o suficiente, gerando um sofrimento constante. A busca de um corpo forte e idealizado vem colocando em risco a saúde de quem almeja, a qualquer custo, a “perfeição “.
Bettina Kligerman