Nas últimas décadas, as mulheres vem percorrendo um longo caminho repleto de mudanças significativas em seu estilo de vida e conquistando seu devido lugar na sociedade. Foram a luta, conquistaram seu espaço no mercado de trabalho sem abdicar da maternidade e de seu papel em família ganhando com isso liberdade e uma posição quase igualada ao universo masculino.
A partir deste pensamento, podemos questionar por que algumas mulheres, talvez a maioria, ainda são dominadas por um sentimento de desvalorização e fracasso quando se trata da sua relação com o próprio corpo. Por que só se sentem aceitas se conseguirem se manter magras, jovens e bonitas?
Com essa contradição evidente nos dias atuais, muitas mulheres vem se aprisionando na manutenção de uma aparência física estabelecida por rígidos critérios nos quais muitas vezes são atingidos de formas questionáveis, colocando, muitas vezes, a própria saúde em risco. Isto cria um ciclo vicioso de dietas extremas, excessos de exercícios, tratamentos estéticos e cirurgias desnecessárias. Tudo isso por uma sensação de que um corpo esbelto e bonito possa dar um maior significado em suas vidas.
Em algum momento este retrocesso nos valores e na auto imagem acabou criando uma nova forma de escravidão e uma necessidade de afirmação, onde só sendo magras que serão “aceitas”. Isto muda o rumo das conquistas e da liberdade feminina. Talvez seja a hora de se repensar as prioridades, necessidades pessoais e verdadeiros potenciais.
Bettina Kligerman
bettina.kligerman@gmail.com