O medicamento, chamado orforglipron, pertence à classe dos agonistas do GLP-1, (Mounjaro, Wegovy e Ozemppic), que se tornaram grandes sucessos de vendas devido aos seus efeitos sobre o peso. No entanto, os GLP-1s são caros, precisam ser refrigerados e são administrados por injeção.
Uma versão em comprimido, com resultados semelhantes, tem o potencial de ser muito mais amplamente utilizada e mais baratos, estão em fase de testes conduzidos pela farmacêutica Eli Lilly, como o Achieve -1 o primeiro de sete estudos em andamento .
“Nas próximas décadas, 700 milhões de pessoas no mundo terão diabetes tipo 2, e mais de um bilhão terão obesidade”, disse o
Dr. Daniel Skovronsky, diretor científico da Lilly que patenteou o Mounjaro.
“Injeções não podem ser a solução para bilhões de pessoas ao redor do mundo.”
De certo modo, a própria existência do orforglipron é um triunfo da química moderna. Os GLP-1 injetáveis são peptídeos — pequenos fragmentos de proteínas. (GLP significa glucagon-like peptide.)
Peptídeos são digeridos pelo estômago. Por isso, para desenvolver um GLP-1 oral, os químicos precisaram criar uma molécula que não fosse um peptídeo, mas que atuasse exatamente como um.
E foi encontrada uma molécula mil vezes menor que um peptídeo capaz de de encaixar em uma minúscula cavidade da proteína -alvo dos GLP-1S. O resultado, um comprimido que pode ser tomado a qualquer hora do dia, com ou sem alimentos.
O orforglipron poderá ser produzido em larga escala, ser dispensado sem refrigeração e enviado a qualquer lugar do mundo ampliando dessa forma o tratamento a populações menos assistidas e necessitadas. Além disso deve ser muito mais barato de fabricar do que os peptídios por não exigir canetas injetoras especiais nem refrigeração.
Até o momento, apenas países ricos tiveram acesso aos medicamentos da classe GLP-1, e mesmo nesses locais, o uso é restrito a uma pequena parcela da população.
Pode ser a chance de se levar esse tratamento a milhões e milhões de pessoas de forma mais barata o que se tem atualmente no mercado, mas isso dependerá da forma como a Eli Lilly decidirá precificar e distribuir o medicamento.