Você já deve ter ouvido falar na melatonina como “hormônio do sono”. É uma substância produzida pelo nosso organismo através da glândula pineal, e atua em nosso organismo como uma espécie de relógio: ela só começa a ser produzida quando há ausência de luz, e assim nosso corpo começa a se preparar para dormir. A melatonina se tornou produto farmacêutico, passando a ser utilizada para solucionar problemas de insônia em vários países da Europa e da América do Norte. Recentemente (desde dezembro) a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) liberou a comercialização da substância aqui no Brasil.
Atualmente, é possível encontrar a melatonina nas farmácias brasileiras sendo vendida sem necessidade de prescrição médica, como suplemento alimentar. A Anvisa decidiu alguns limites de uso: a melatonina só pode ser tomada por pessoas maiores de 19 anos e a dosagem máxima é 0,21mg por dia, o que equivale ao que o organismo normalmente produz de melatonina durante o dia. De acordo com o site do governo federal, a Anvisa também advertiu para a proibição do produto para gestantes, lactantes, crianças e pessoas envolvidas em atividades que requeiram atenção constante, e que “pessoas com enfermidades ou que usam medicamentos devem consultar seus médicos antes de consumir a substância”.
Embora a melatonina possa auxiliar em cenários específicos, médicos especialistas estão pedindo cautela no uso indiscriminado da substância. Em matéria na Folha de São Paulo, apontam para a falta de estudos comprovando a eficácia da melatonina. Não há um consenso na dosagem e no efeito terapêutico, e não existem disponíveis em grande quantidade exames que meçam o nível de melatonina já produzido no organismo, disse Paulo Augusto Miranda, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM). Também aponta para algo importante: não existem evidências científicas que comprovem que a melatonina auxilie na perda de peso, como visto em postagens em algumas redes sociais.
Então, muito cuidado! Antes de buscar a melatonina como solução, procure um médico para maiores orientações.
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Dra. Lizanka Marinheiro, PhD – Endocrinologista – Instituto Fernandes Figueira (IFF/FIOCRUZ)
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Fontes: