Envelhecer bem: direito, opção e vontade?

Corrida, esporte, exercícios físicos, saúde, envelhecimento. Fazemos exercícios físicos  para cuidar da saúde, cuidamos da saúde para previnir doenças. Os exercícios físicos  são considerados remédios prescritos por todos os médicos no mundo como parte do tratamento de doenças como depressão, câncer, obesidade, diabetes e hipertensão arterial. E cuidamos da saúde para envelhecer bem ou pelo menos melhor, ou quem sabe com menos sequelas.

O envelhecimento hoje atinge taxas bem mais elevadas que há 20 anos atrás, é fonte de atenção de governos, do mundo inteiro em países desenvolvidos, da ONU, ONGs, fundações, NHI e seguradoras, pois a pirâmide entre os nascidos e que envelhecem se inverteu há bastante tempo, e o número de crianças que nascem, é bem menor que os que envelhecem. Basta darmos uma olhada rápida nas  constituições familiares ao nosso redor.

Corro há mais de 20 anos. Ao chegar de mais uma, liguei a TV num programa de esportes e vi uma reportagem em uma escola de tênis fundada pelo lendário Nick Bollettieri que treinou grande tenistas como Agassi, Seles, Pierce entre outros. Na entrevista crianças e jovens bolsistas brasileiros. O  valor de uma hora de aula com ele:  $900,00 dólares. Um ano em sua escola nos Estados Unidos, R$ 220.000,00 reais.

E o que me inspirou a escrever tudo isso? A figura emblemática, a idade, vitalidade de um jovem velho como o NICK BOLLETIERI. Mostrando e inspirando à todos um envelhecer firme e com saúde, mostrando sua experiência e treinando gerações. Uma frase que ouvi do mesmo,  e uma entrevista de uma criança brasileira, participante de um grupo.  

Você é bom, mais pode fazer melhor!  NÃO SE ACOMODE COM O QUE JÁ É“,  dizia o  próprio Nick. Em outras palavras, procuro dizer isso aos meus alunos. Sempre podemos melhorar! E depois, o  que vem me chamando a atenção já há algum tempo no Brasil: a ações individuais de grandes empresas e ONGs, proporcionando e integrando jovens,  a irem para  escolas, faculdades de excelência, nos EUA  e no mundo, desenvolver seus  talentos. Neste caso,  aprender com o próprio Nick e toda sua equipe,  jogar tênis, sem custos.

Um dos garotos da Rocinha, dizia:     

“No dia em que fui para o aeroporto, quase não embarcava pois  a Rocinha estava incendiando, era tiro para todo lado… espero quando voltar, ter o lugar onde moro em paz. A Rocinha é um lugar divertido, alegre, de gente de bem. Agradeço a Deus esta oportunidade que estou tendo, de aprender a jogar tênis  bem.”

O que diferencia o envelhecer do grande tenista Bolletierri de tantos outros? Certamente muitas variáveis, diríamos. A sorte? A genética? O governo?  O país de origem? A família? A fé? Sem dúvida, estas e outras variáveis , mas a vontade e determinação do querer estar bem, se cuidar, ter saúde, ao meu ver andam juntos também e dependem de um esforço individual.

Com relação à criança em questão, um menino de comunidade como tantos outros. Que poderia trilhar um caminho outro, mas que agarrou aquela oportunidade como quem pega um presente de natal único e sonhado. O velho e o novo: em comum, a vontade e o fazer bem feito!

Segurança! Governo e gestão! Pessoas e instituições que invistam em novos talentos dando oportunidades para o seu desenvolvimento;  saúde que comece com o direito individual de cada um e prevenção primária.

Esperamos, com fé  que tenhamos isso para mais pessoas no Brasil e no mundo.

 

Lizanka Marinheiro – Endocrinologista Md, Phd

Endocrinologista – FIOCRUZ