Hoje vivemos em uma sociedade lipofóbica, onde ser gordo é quase um “crime” e a incessante busca por um corpo magro pode se tornar, em alguns casos,uma obsessão . Notamos então um limite tênue em ter uma relação amistosa com o próprio corpo, a busca da boa forma física e o adoecer, visando uma perfeição idealizada. Para algumas pessoas, esses cuidados podem se tornar excessivos, colocando o sujeito e seu corpo em situações extremas que podem levar a comportamentos compulsivos e por fim, doenças graves que envolvem , inclusive, risco de vida.
Falamos aqui de dois extremos. Os cuidados diários com a saúde e bem estar e o limite, em determinadas pessoas, que ultrapassam o saudável e viram comportamentos obsessivos.
A definição de um padrão estético varia muito de acordo com a cultura, a época em questão e acima de tudo,com a imagem que o sujeito constrói de si próprio. Esta construção se dá tanto a fatores externos, assim como a fatores subjetivos, carregados de afetos e das relações que temos com nosso meio.
O que levaria então, em alguns casos, a uma distorção da imagem corporal , muitas vezes tão severa , podendo até levar o sujeito a desenvolver doenças graves, hoje conhecidas como transtornos alimentares? Aonde os cuidados e a preocupação com a forma física podem se transformar em doença?
Essas, entre muitas outras, são questões ligadas a como nos relacionamos com nosso corpo e os riscos que nos colocamos na busca incessante por ser magro . Aonde deixamos de ter uma relação saudável com nosso corpo e adoecemos em busca de uma “perfeição”?
Estas e outras questões discutiremos aqui neste espaço.
Bettina Kligerman
Psicanalista
bettina.kligerman@gmail.com