É possivel ter vida sexual ativa e prazerosa durante e após o tratamento do câncer?

Se você ainda tem dúvidas a resposta é: SIM!
O diagnóstico do câncer embora assustador não deve ser impedimento para que a mulher
mantenha ou retome sua vida sexual, exceto em algumas situações específicas. Por isso é sempre
recomendável conversar com a equipe de saúde que a acompanha.
Na vigência de cuidados adequados e seguindo algumas recomendações de saúde, a
atividade sexual pode ser mantida durante e após o término do tratamento. E é sempre estimulado
que a afetividade e sexualidade sejam exercitadas, pois, o suporte emocional é essencial nesse
momento.
De acordo com pesquisa realizada pela enfermeira Joanne Kelvin e colaboradores no
Memorial Sloan Kettering Cancer Center de Nova Iorque, “a maioria dos pacientes pode ser
sexualmente ativa durante o tratamento, mas eles precisam usar práticas sexuais seguras.”
Joanne Kelvin faz duas recomendações importantes:
1. O uso de contraceptivos é fortemente recomendado com objetivo de evitar a gravidez,
pois a quimioterapia e/ou radioterapia pode causar mutações nos gametas (óvulos e
espermatozóides), além de defeitos congênitos no feto. Portanto, pode provocar
abortamentos, malformações nos bebês entre outros efeitos danosos.
2. A vida sexual precisa ser planejada e sempre que possível adaptada para o momento.
Quando a mulher está com a imunidade baixa deve-se evitar a atividade sexual e
esperar que o seu sistema imunológico esteja recuperado. Além disso, o cuidado com
a higiene íntima é fundamental e sempre se deve utilizar preservativos (camisinhas).
Além disso, adicionamos mais três recomendações que consideramos relevantes:
3. Na presença de alguns sintomas como sangramento vaginal e dor, entre outros
sintomas incapacitantes, o ato sexual deve ser evitado para não aumentar o sofrimento
da pessoa.
4. Mulheres com câncer de mama, colo do útero e endométrio geralmente apresentam
ressecamento vaginal intenso após o término do tratamento. É recomendável o uso
de preservativos e lubrificantes à base de água durante as relações sexuais para evitar
desconforto durante a penetração vaginal.
5. O diálogo entre o casal deve ser estimulado para desmistificar a ideia de fragilidade
da paciente com câncer. Muitas vezes o parceiro sente medo e receio de provocar
danos ao tocar, acariciar a parceira, e principalmente ter relações com a mesma. Com
conversa franca, apoio dos profissionais de saúde e entrosamento do casal, a vida
sexual pode ser prazerosa e segura antes, durante e após o câncer.
É sempre importante lembrar que o sexo em pequenas doses pode ser um excelente
remédio e nem mesmo o tratamento do câncer deve privar as pessoas de vivenciar essa emoção.

Fonte:
DANA FARBER CANCER INSTITUTE. Sexual intimacy during cancer treatment
https://www.dana-farber.org/health-library/articles/sexual-intimacy-during-cancer-treatment/

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Édria Aparecida Ferreira. Enfermeira e coordenadora de pesquisa no Ambulatório de Sexualidade do Hospital do Câncer II – INCA / Mestranda orientada pela Prof. Dra. Lizanka Marinheiro no IFF/FIOCRUZ.

Dra. Lizanka Marinheiro, Md, PhD. Médica endocrinologista e pesquisadora no IFF/FIOCRUZ.