Não farei neste post nenhuma reflexão sobre gênero, mas sobre a linda e difícil tarefa de ser mulher, neste mês e semana que homenageiam as mulheres. Linda, pois reúne vários papéis em si mesma; difícil por ser conciliar todos eles!
As meninas já nascem enfeitadas pelas mães, e são mais dengosas, geralmente as princesas dos pais, amadurecendo mais rápido que os meninos.
Não raro, vemos meninas lendo mais cedo, mais organizadas, com mais foco que os atléticos garotos que fazem dribles rápidos na bola e surfam com uma melhor desenvoltura, também obtendo melhores performance em suas manobras radicais no skate.
Não sendo minha área o desenvolvimento infantil, estas observações são meramente de mãe atenta, também da minha prática médica diária de mais de 35 anos, sendo grande parte num hospital de referência na saúde da mulher, e na clínica privada atendendo a mulheres, como mulher, e tendo boas e queridas amigas mulheres.
O quê procuramos? O quê queremos? O quê nos deixa feliz? Ser mulher. Ah… coisa linda … e muitas vezes difícil e cheia de cobranças internas e externas! A barriga dura, o bumbum empinado, a cabeça boa, um rosto jovem, a saúde em dia, as contas pagas, as crianças bem na escola, o marido feliz, eita….
Apesar das várias revoluções sexuais, feministas, trabalhistas entre outras, algumas mulheres parecem carregar dentro de si desejos atávicos como a maternidade. Com a revolução sexual a realização profissional e a inserção no mercado de trabalho, são praticamente uma necessidade do mundo pós- moderno.
Formar uma família e conciliar com a vida profissional, num mundo veloz, corporativo e competitivo hoje, é uma tarefa bem difícil, que vem forçando desde cedo pais e crianças, muitas vezes ao colapso emocional na busca pelo sucesso prematuro! Agenda das crianças cheias, sem tempo para brincar.
Adolescentes, muitas vezes em crise, com anorexia e bulimia com distúrbios alimentares, preocupadas com um corpo perfeito imposto pela mídia e sociedade de consumo, em sua crise de identidade natural da idade, juntando a isso a ansiedade com a entrada na universidade e escolha de que profissão seguir. A iniciação sexual e o cuidado e preocupação com e iniciação sexual. A preocupação com a gravidez, precoce, doenças sexualmente transmissíveis, a primeira visita ao ginecologista. Tudo isso junto e misturado, sem falar, dos cabelos, ginástica, espinhas e barriga de “tanquinho”, tudo isso permeia a mente e corpo da jovem mulher na transição da infância para adolescência.
Lidar com um núcleo familiar que envolve crianças, jovens , adultos e velhos, é hoje um desafio para todas as sociedades e para saúde em geral, e claro das mulheres. Daquela que luta para viver, sobreviver, em todas as suas formas, sendo filha, amiga, tia mãe, mulher, amante e profissional.
Administrar seus sonhos e uma realidade que se apresenta num mundo não novo, mas que numa perspectiva histórica, sempre foi caótico, e hoje absurdamente veloz!
E juntar todos este desejos, sonhos, desafios, em idades tão diferentes, para seres esquisitos como já dizia Rita Lee, que “todo mês sangra”, ao mesmo tempo assusta e fascina; é um desafio diário aprender cada dia a se tornar e ser mulher, e conquistar aquilo que todas queremos: a tal da felicidade.
Talvez, um pouco de calma e serenidade, saber esperar um pouco, e /ou sair da zona de conforto quando for necessário ousar; ter cuidado com a prevenção básica em saúde, como com a prática de exercícios regulares e diários, respirar fundo e ouvir sua respiração 5 minutos todo dia, rezar, ter um contato com Deus na oração diária, ter uma alimentação equilibrada, dormir bem ( procurar…), ter educação financeira com gastos, e planejar o tempo, de forma que não sobre muita coisa sem ser feita no dia, pois afinal ele tem 24 horas . Sem apenas. Tem. Talvez, sem fórmulas de boa saúde, pois sabemos das inúmeras variáveis das quais esta depende, mas essas pequenas atitudes do dia a dia podem trazer uma vida mais saudável para todas.
Saúde mulheres!
Lizanka Marinheiro
Mulher
Mãe da Maria Eduarda