Como mencionei em outros textos, a obesidade é uma condição que afeta uma grande parte da população mundial. De acordo com a Pesquisa Nacional de Saúde do IBGE, segundo volume, divulgada em 2020, a obesidade aumentou na população adulta aqui no Brasil. Entre 2003 e 2019, a proporção aumentou de 12,2% para 26,8%.
Um estudo recente, publicado no JAMA, lançou luz em um benefício da cirurgia bariátrica: redução do risco de uma doença hepática mais grave. Doenças no fígado podem ocorrer por conta do excesso de gordura, e perder peso é o caminho para controlá-la. Quando o fígado tem acúmulo de gordura, seu tecido pode inflamar, gerando complicações sérias, como a cirrose.
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De acordo com o estudo, que analisou casos de cerca de 1100 pessoas com doença hepática gordurosa, os pacientes analisados que passaram por cirurgia bariátrica diminuíram em quase 90% o risco da doença evoluir para uma forma mais grave, câncer de fígado ou mesmo morte. Também houve relatos de diminuição no risco de doenças cardíacas: 70% menos probabilidade de ocorrer um problema.
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No entanto, é importante salientar que o estudo não é definitivo e não foi um ensaio clínico. Mesmo com os resultados positivos, fica o alerta: a cirurgia bariátrica pode vir acompanhada de complicações graves, e é preciso de uma minuciosa avaliação médica para que seja uma escolha viável, visto que não são todas as pessoas que podem passar pelo procedimento, por diversos fatores, sejam eles externos (como o financeiro) ou internos (como alguma complicação do seu organismo que não possibilite a cirurgia). É preciso ter muito cuidado, avaliar as possibilidades com um médico, e medir os riscos e benefícios.
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