A Importância de começar se exercitar

Quando comecei a correr, na realidade não corria nada! Andava e trotava. A  idéia de corrida não passava pela minha cabeça como deveria ser, muito menos o conceito e preceito das boas práticas de corrida como deveriam ser feitos . Na época, não era moda correr,  e se quer existiam corridas de rua com a frequência que existem hoje no Rio, Brasil e no mundo!

Isso tem mais de 15 anos!! Comecei  a fazer este esporte ao ar livre, acima de tudo por que gostei e me identifiquei com ele, e mais pela disponibilidade e mobilidade de tempo, com que ele era adaptado ao meu horário corrido de médica, depois, esposa e mãe!

O tempo passou e a corrida de tornou um hábito frequente e rotineiro em minha vida, e claro, procurei orientação de profissionais especializados em medicina esportiva para me orientarem, afim de evitar lesões osteomusculares, avaliar minha condição cardiovascular, e claro, procurar um melhor resultado a cada treino.

Fui aumentando cada vez mais as distâncias e reduzindo os tempos, até que há cerca de 3 anos fiz minha primeira meia maratona!

Não me preocupei muito em fazer em um tempo recorde, e sim confortável, e chegar bem. Ganhar minha medalha e não chegar ofegante! Lembro que éramos um grupo pequeno, e paramos para tirar fotos, na entrada do túnel do Joá, uma belíssima vista do Rio de Janeiro, e uma emoção ímpar para corredores que saem da Barra e passam pela primeira subida do elevado do mesmo nome que desemboca em São Conrado. Na época, longe da pacificação, ao passarmos na Niemeyer, lembro de uns rapazes gritando para um público que nos aplaudia: é a comunidade!! Lindo!! Alí perto do Sheraton…

Adoro fotos, e a cada canto que achava lindo, ia clicando, na época com uma Palm Top. Estas lembranças me fazem lembrar a superação de mim mesma para chegar ao término de tantas e tantas corridas que já fiz… 5, 10, 21 km… e aqui começar a comentar o quero passar a todos como médica:

a importância de começar a se exercitar!

Ouço diariamente no Hospital em que trabalho e no consultório: não tenho tempo, não tenho dinheiro para pagar academia, não sou sócia(o) de clube, não gosto, não tenho condicionamento físico, estou gorda(o). E por aí vai um sem número de desculpas  a se perder de vista. Tempo é questão de prioridade, e não imagino prioridade maior que o cuidado consigo mesmo, que começa pela saúde! Sem ela, não produzimos com eficácia nada. Existem hoje um sem número de programas em ONGS e secretarias de saúde que promovem esportes ao ar livre para populações de várias camadas sociais, com boa orientação pedagógica – os projetos Viva Rio, aqui no Rio, são um exemplo. Um bom tênis, tem uma vida útil, se usado 5 vêzes por semana de cerca de um ano, com segurança, logo,  para caminhar e correr, nada que extrapole o orçamento de ninguém. Ou seja, a motivação e disciplina, mesmo que não seja de início o esporte seu hobbie principal, tem que vir de dentro para que você, simplesmente, COMECE, e a partir daí vá se superando a cada conquista, por menor que seja. Qualidade de vida também é algo a ser conquistado por cada um!

 

Phd , Lizanka Marinheiro
 chefe  do setor de endocrinologiaInstituto Fernandes Figueira -FIOCRUZ