A escolha do melhor método anticoncepcional
A escolha do método contraceptivo é sempre motivo de grande discussão e preocupação. Todas mulheres procuram um método prático, sem falhas e sem efeitos adversos indesejáveis. Porem, nem sempre a escolha é acertada na 1ª tentativa…
O lançamento de métodos mais práticos, conhecidos como métodos Contraceptivos de Longo Prazo (MCLP) ou métodos contraceptivos reversíveis de longa duração (LARC, na sigla em inglês), tem despertado interesse ao mesmo tempo que a mídia tem divulgado supostos estudos condenando o uso das tradicionais “pílulas” anticoncepcionais.
São considerados LARC os DIUs (de cobre ou hormônio) e o implante subcutâneo. Ao contrario do que se acreditava, os DIUs não são abortivos: eles impedem a gestação impedindo a fecundação e não atuando sobre o embrião. Tem longa duração (4 a 10 anos), independem da lembrança de uso da mulher, tem alta eficácia, não impedem futura gestação. Além do mais, o DIU hormonal e o implante reduzem o fluxo menstrual até sua ausência (na maioria dos casos), o que pode ser interessante para algumas mulheres que tem muitas cólicas e fluxo intenso (com anemia ou não por causa disso), ou mesmo para aquelas que por motivos práticos não desejam menstruar. Desta forma, acabam sendo uma opção para outros transtornos e não apenas para anticoncepção: podem ser auxiliares no controle de miomatose uterina, da dor pélvica crônica e das cólicas. Por vezes, mulheres que fizeram ligadura tubaria utilizam estes métodos por seu ganho secundário!
Na contramão, emergem os estudos condenando alguns anticoncepcionais orais. Mas não é bem assim. Apesar de recente estudo ter mostrado um percentual de risco pra trombose ligeiramente superior de pílulas a base de ciproterona, estatisticamente este resultado não mostrou relevância forte o bastante para que a medicação fosse retirada do mercado. Sendo assim, é importante lembrar que apesar do risco de trombose com TODAS as pílulas orais combinadas, este evento é raro, sendo mais frequente sua ocorrência de forma espontânea entre gestantes do que em usuárias de pílula! estudos recentes também sugerem um aumento de risco para câncer d mama, mas não há evidencia forte ou consenso que conta-indiquem seu uso. Por outro lado, estas medicações previnem anemia, dor crônica, sangramento disfuncional e câncer de ovário!
Portanto, procure profissional habilitado para discutir o que será mais adequado para você. Pergunte. Esclareça suas duvidas. Não se auto-medique!
Prof. Dra. Patrícia Pereira de Oliveira
Ginecologista – Doutora em ciências pela FIOCRUZ