Um grupo de idosos adepto à Dieta do Mediterrâneo não perdeu massa cerebral tão rápido quando comparado à um grupo não adepto.
Estilo de vida e dieta estam ligados ao desenvolvimento de várias doenças. Existe uma relação com o tipo de alimentação de populações, grupos, e a certas doenças como as neurológicas, câncer, cardíacas etc. A aderência por longos períodos ao tipo de dieta do mediterrâneo tem sido ligada à vários estudos epidemiológicos, (mas não à todos), ao baixo risco do desenvolvimento da Doença de Alzheimer.
Recentemente um estudo randomizado controlado, desenvolvido por pesquisadores da Universidade de Columbia, e publicado no NEJM JW Gen Med Aug 2015 e JAMA Inter Med 2015; 175:1094, mostrou evidências que a cognição melhorou significativamente em um grupo de idosos adepto da Dieta do Mediterrâneo. Os pesquisadores tentaram estabelecer correlação entre o tipo de dieta e alterações nas diversas áreas cerebrais, através de uma relação desta, com as imagens analisadas através da ressonância nuclear magnética de crânio.
Nesse estudo de coorte feito em 674 pacientes idosos com idade média de 80 anos, em uma comunidade multiétnica, sem demência, os pesquisadores coletaram dados da dieta e realizaram ressonância magnética de crânio . Os pacientes foram divididos em dois grupos: os mais adeptos da Dieta Mediterrânea, e os não, sendo comparados entre si. Os dois grupos tinham características semelhantes quanto a idade, sexo, etnia, história patológica pregressa, e performance cognitiva. Após ajustes de todos os múltiplos fatores de confundimento, os investigadores concluíram que o grupo que era adepto a Dieta do Mediterrâneo, tinha um volume cerebral significativamente maior que o outro grupo.
O alto consumo de peixe e baixa ingestão de carne vermelha foram os fatores específicos da dieta mais fortemente associados ao maior volume cerebral. As maiores partes do cérebro aumentadas mais fortemente associadas à dieta foram o cíngulo, lobo parietal, lobo frontal e hipocampo.
O volume cerebral encontrado nos idosos adeptos da Dieta do Mediterrâneo, foi equivalente ao encontrado no outro grupo 5 anos mais novo.
Este estudo nos mostra dados bastante consistentes corroborando outras evidências já publicadas, que indicam ser a Dieta do Mediterrâneo, a “dieta para a saúde do cérebro”. Citando estes resultados, nós podemos influenciar nossos pacientes a adorem este tipo de dieta o mais precocemente possível, por trazer este benefício para prevenção de Alziheirmer, além de outros já conhecidos.
Fonte:
Mediterranean diet and brain structure in a multiethnic elderly cohort.
Gu Y, et al. Neurology. 2015 Nov 17;85(20):1744-51.doi:1012/WNL0000000000002121.Epub 2015 Oct 2015
Lizanka Marinheiro
Endocrinologista-Profa. Dra. Pós-Graduação Saúde da Mulher
Profa. Dra. Pós-graduação em Pesquisa Clínica Aplicada à Saúde da Mulher
Instituto Nacional de Saúde Fernandes Figueira FIOCRUZ