REPOSIÇÃO COM TESTOSTERONA NO CLIMATÉRIO

REPOSIÇÃO COM TESTOSTERONA NO CLIMATÉRIO 

 

Em 2019, maiores especialistas do mundo se reuniram para formular o Consenso Global sobre o uso testosterona em mulheres. Somos diariamente em nossa prática diária, questionados por mulheres na menopausa com queixa de diminuição da libido. Sabemos que o memso depende de vários fatores, que vão, desde o relacionamento com o parceiro, momento de vida, fatores psicológicos e hormonais, entre outros.

Na pós- menopausa a Terapia Hormonal com estrogênios – TH, é bem aceita com suas indicações e contra-indicações, sendo preconizada a individualização do tratamento para cada paciente em especial. Há uma procura diária por profissionais inclusive nem especialistas na área para a colocoção de implantes hormonais!

Vejamos de forma simples o que recomenda este consenso.

  • A única indicação baseada em evidências para o uso de testosterona em mulheres é a Disfunção Sexual do Desejo hipoativo na pós menopausa após uma avaliação psicossocial da paciente       (Nível I Grau A)

Não há recomendação de uso de testosterona na pré menopausa para tratamento de qualquer disfunção (evidências insuficientes)

Tendo portanto  sua indicação apenas no tratamento do Distúrbio do Desejo Sexual Hipoativo na pós menopausa podemos dizer quê:

  • Melhora a função sexual: melhorando a excitação, a resposta, o desejo, o orgasmo, e mostrando uma redução de preocupações sexuais (Nível I, A)
  • Esses benefícios não podem ser generalizados para outras disfunções sexuais ou para mulheres sem esta disfunção (Opinião de especialista)
  • Essa recomendação do seu uso não se aplica a medicações injetáveis, pílulas, ou outras formulações com doses supra fisiológicas. (Opinião de especialista)
  • Não há evidências para melhora de cognição, ou atrasar sua perda na pós menopausa.
  • Não há efeitos na melhora da qualidade de vida em geral na pós menopausa. (Nível I, Grau A).
  • Melhora a qualidade de vida da pré menopausa, mas dados gerais ainda são inconclusivos. (Nível I Grau B).
  • Não há efeito sobre o humor depressivo (Nível I Grau B), existindo poucos estudos que avaliam esse desfecho
  • Os dados disponíveis não mostram um efeito do tratamento com testosterona na densidade mineral óssea da coluna vertebral, quadril total ou colo do fêmur (Nível I, Grau A).
  • Não foi demonstrado efeito estatisticamente significativo da testosterona administrada em doses fisiológicas sobre a massa corporal magra, a gordura corporal total ou a força muscular (Nível I, Grau A).

 

EFEITOS COLATERAIS QUE PODEM ACONTECER

  • Aumento de acne, pelos na face e no corpo em algumas mulheres, hipertrofia de clitóris e/ou mudança de voz (Nível I Grau A).
  • Não se recomenda a via oral por aumentar os níveis de colesterol no sangue (Nível I Grau A), sendo por isso indicadas as vias percutâneas e injetáveis em doses próximas às fisiológicas para tratamento a curto prazo (Nível Grau A)

 

RECOMENDAÇÕES ANTES DO USO DE TESTOSTERONA

 

  • Para tratamento da disfunção sexual é necessário excluir outros diagnósticos, realizar avaliação psicossocial e  excluir outras comorbidades (Grau C)
  • O tratamento da disfunção sexual deve incluir outras opções terapêuticas incluindo outros hormônios, agentes farmacológicos, e psicoterapia.
  • Por enquanto nenhuma preparação com testosterona foi aprovada pelo FDA.
  • O alívio do sofrimento associado à disfunção sexual é um objetivo primário do tratamento.
  • Atualmente, nenhum questionário cobre todos os domínios da função sexual feminina, de modo que atualmente são necessários mais ensaios clínicos randomizados , duplo cego, sem viés de seleção e com relatórios consistentes de resultados padronizados para estabelecer de forma abrangente os benefícios e riscos da terapia com testosterona para as mulheres, avaliando desfechos na cognição, massa óssea, tecido mamário entre outros.

Com base no que lemos e na prática diária, podemos dizer que cada mulher é uma individualmente, e a questão da libido vai muito além de repor ou não testosterona, sendo a mesma uma medicação que pode ajudar se for bem indicada e corretamente prescrita para a sua indicação.

 

Lizanka Marinheiro , Md, PhD

Endocrinologista – Instituto Nacional de Saúde Fernandes Figueira – FIOCRUZ

 

J Clin Endocrinol Metab, October 2019, 104(10):4660-4666

Confira mais Artigos

  • Todas
  • Cardiologia
  • Ciências básicas
  • Desenvolvimento físico
  • Diabetes
  • Emagrecer
  • ENDOCRINOLOGIA
  • Envelhecimento
  • Especialidades
  • Estilo de Vida
  • Farmacologia
  • Ginecologia
  • Menopausa
  • Nutrição
  • Osteoporose
  • Políticas públicas de saúde
  • Psicologia & Psicanálise
  • Puberdade
  • Receitas
  • Saúde
  • Tireoide
  • Uncategorized
Especialidades

Casar pode aumentar seu risco de sobrepeso e obesidade

Leia Mais →
Diabetes

Resistência insulínica: um pedido de socorro do seu corpo!

Leia Mais →
Emagrecer

Quantas vezes você já tentou perder peso?

Leia Mais →
Emagrecer

O que nunca te falaram sobre o tratamento da obesidade

Leia Mais →
ENDOCRINOLOGIA

Por onde anda a sua motivação?

Leia Mais →
Menopausa

Cinco mitos sobre a menopausa

Leia Mais →