A Organização Mundial da Saúde (OMS) define que saúde é um estado de completo bem-estar físico, mental e social e não somente ausência de doença ou enfermidade. Estudos atuais apontam a importância do olhar sobre a saúde como um campo plural, aberto à diversidade de mundos possíveis. Nesse sentido, é importante que os diversos níveis do sistema de saúde estejam preparados para compreender os processos de saúde e doença a partir de interações entre aspectos biológicos, psicológicos e socioculturais.
Mediante ao aumento da expectativa de vida, a temática sobre a saúde da mulher durante a transição menopáusica vem assumindo expressiva importância devido aos impactos em termos de qualidade de vida e saúde pública. O período do climatério feminino, fase que representa a transição entre a vida reprodutiva e a senilidade, é um processo no qual as mulheres vivenciam manifestações com frequência e intensidade variáveis. Fatores como a diminuição dos níveis hormonais, as representações culturais do processo de envelhecer, assim como aspectos psicossociais e características de personalidade de cada mulher são questões que impactam nas múltiplas formas como esse momento é vivenciado. Assim, a perspectiva de assistência integral à saúde da mulher pode proporcionar um cuidado técnico eficiente e um atendimento que a permita entender e manejar os sintomas, conhecendo melhor a integralidade que compõe seu corpo.
O modelo biopsicossocial de compreensão clínica e teórica do envelhecimento sustenta, portanto, uma visão da saúde que implica em um cuidado integral, compreendendo a dinâmica de relacionamento e a complexidade dos sintomas e fatores presentes. Assim, ressalta-se a importância do caráter multidisciplinar e multiprofissional do cuidado, envolvendo equipe e instituições aptas a promover saúde, bem-estar e qualidade de vida em todas as esferas que a envolvem.
Amanda Oliveira de Carvalho
Aluna de Mestrado Acadêmico pelo Programa de Pós-Graduação em Saúde da Criança e da Mulher do IFF/Fiocruz