Correr, pedalar, caminhar, ou fazer ginástica, musculação, ou pilates? Qual seria melhor para emagrecer e para saúde.
Minha resposta é: aquele que você gostar mais, puder, se identificar, e fizer com periodicidade, regularmente, e orientado por um profissional, depois de uma avaliação médica.
Há sempre a velha discussão nas academias entre quem faz musculação e quem corre, ou prefere os exercícios aeróbicos. A musculação e os exercícios localizados, os chamados exercícios de “treinamento de força”, ou seja , aqueles que exigem a mobilização de certo grupos musculares em cada momento, são muito importantes tanto para a queima calórica, quanto para o preparo, por exemplo de corredores e de outras atividades aeróbicas, pois ajudam no ganho de resistência, força, potência e flexibilidade. É o que mostra recente revisão sistemática (Alcatraz-Ibanez et al) 2017, que revisaram 321 estudos entre 1980 e 2016, concluindo que: os grupos de corredores de média e longa distância que faziam treinamento de força 2 vezes por semana, em no mínimo 6 a 8 semanas de treinamento, em dias não consecutivos, ( distâncias entre 1500m e 10k), aumentaram seus resultados em tempo, potência e desmpenho.
Por outro lado a relação entre exercício físico e a ingesta calórica é muito mais complexa do que se imagina e diferente entre todos. Existem muitas variáveis entre as pessoas quando dizem sentir mais ou menos fome quando se exercitam, quando se leva em conta, horário, tipo e quantidade dos exercícios que fazem.
Muita gente faz a seguinte conta:
a) “estou malhando, logo tenho que moderar na alimentação para aproveitar e emagrecer mais “.
b) “estou malhando, logo posso comer em dobro, pois estou gastando mais calorias no treino”. No caso a, há mais chances de emagrecimento e manutenção dele, além de ganhos para saúde. No caso b, dificilmente o exercício ajudará na perda de peso, porque quase sempre haverá uma supercompensação, maior que o gasto metabólico atingido (com alto risco de ganho de peso inclusive). Hoje infelizmente, muitos aplicativos virtuais fornecem informações que “permitem” às pessoas comerem mais de acordo com o que se exercitaram no dia,informações essas, nem sempre verdadeiras!
Um estudo recente mostra que quando se opta por um exercício de livre escolha, ou seja, se decide qual exercício vai fazer, qual a intensidade e a freqüência, se tem uma chance muito maior de ser igual ao caso a. Porém, quando a equipe de saúde “impõe” um exercício sem uma escolha própria, é mais provável que se caia no caso b. Ou seja, voltando ao começo do post, minha opinião está certa e agora baseada em evidências científicas ( veja link abaixo):
o melhor exercício, é aquele que você gosta de fazer, desde que com regularidade, pois assim será maior a sua chance de não desistir no meio do caminho, e fique mais difícil a aderência ao mesmo, com regularidade.
Fontes :A sistematyc Review Journal of Sports Sciences(2017) 1-17-#regrann
Providing Choice in Exercise Influences Food Intake at the Subsequent Meal.
Beer, Natalya J; Dimmock, James A; Jackson, Ben; Guelfi, Kym J
Medicine & Science in Sports & Exercise: Post Acceptance: May 23, 2017
doi: 10.1249/MSS.0000000000001330
Lizanka Marinheiro, Endocrinologista, Md, PhD.
Fiocruz.