Menopausa: e aí ?

Lizanka Marinheiro - Prevenção

Amanhã começa  nossa disciplina em dois programas de Pós-Graduação na FIOCRUZ no Instituto Fernandes Figueira: “Estudos das principais comorbidades da mulher no climatério”.

11 de setembro.  Neste dia, há 15 anos, exatamente, minha mãe entrava num quarto saindo de um CTI, de uma cirurgia de revascularização cardíaca. Talvez isso, (ou não), me moveu a trabalhar com prevenção e vir vindo ajudar a formar  profissionais  em Saúde da Mulher, na tentativa de saber, ouvir, e quem sabe “tratar”, (o que em medicina se pode), a mulher  no Instituto Fernandes Figueira, referência em Saúde da Mulher para o Ministério da Saúde.

E o que fazer? A menopausa é na verdade a última menstruação  que clinicamente se diagnostica  com 12 meses sem menstruar consecutivamente. O climatério é o período que se dá, alguns anos antes dela até os últimos dias de vida da mesma. Em geral em torno dos 45 aos 55 anos.

E isso toca no fato da existência. Quem não quer envelhecer, não tem outra opção, a não ser, morrer, ou…envelhecer bem.

E para isso, os saberes da psicologia, psicanálise, fisioterapia, terapias  ditas alternativas, medicina, nutrição, educação física, podem oferecer algo  numa tentativa em ajudar  esta mulher, que de uma entra neste período.  Além de terminar sua capacidade reprodutiva, se vê diante a várias mudanças  corporais e talvez, psíquicas. 

Sintomas como calores, os fogachos, diminuição da libido, irritação, pele seca, queda de cabelo,  diminuição da massa óssea, aumento de colesterol e das doenças  cardiovasculares, aumento do peso, acometem todas as mulheres, sem excessão!

Isso sem falar na busca  por uma melhora  em um “rosto que cai”,  das rugas e “códigos de barra”, que  levam as mulheres aos  consultórios dos dermatologistas, cirurgiões plásticos , endocrinologistas.  Terapia de Reposição Hormonal quando não existir contra-indicações, controle da pressão arterial e do colesterol, levar sol, 15 minutos  3 vezes por semana antes das 10 horas   da manhã,  para manter os níveis de vitamina D, prática regular de exercícios físicos, reeducação alimentar, inúmeros recursos dermatológicos, dormir bem, ou seja:

Tudo que já sabemos, além do que, dependendo do nível sócio econômico, se pode lançar mão para ficar “melhor”e minorar os sinais do tempo.

Desafio para todos. Para nós médicos,  profissionais de saúde, governos, para um mundo em que a expectativa de vida aumenta à cada dia, e acima de tudo para cada mulher com sua expectativa individual, com muitas variáveis, deseja, ( e se frusta), as vezes, o que não existe,  e o que não se  pode … infelizmente: 

não envelhecer. Mas com a esperança, humildade e FÉ, talvez juntos possamos alcançar dias melhores: aceitar o curso da vida, como ela é.

 

Lizanka Marinheiro

Endocrinologista-  Phd – FIOCRUZ