A Ciência tem demonstrado cada vez mais por meio de pesquisas que o exercício físico pode ser indiretamente detectado pelo cérebro através do tecido adiposo ou do fígado, contribuindo para a diminuição dos riscos de demência, depressão e estresse, além de desempenhar um papel crucial na restauração e manutenção da função cognitiva e do controle metabólico.
Verificou- se, que ao realizarmos uma atividade física o músculo secreta uma substância chamada miocina, que favorece a regulação da função do hipocampo e o aumento da produção de fatores neuroprotetores derivados do cérebro e, portanto, contribui para a neurogênese, a memória e o aprendizado. Além de poder regular os mecanismos centrais de ingestão alimentar.
Além de induzir a secreção de miocinas pelo músculo, o exercício também aumenta a expressão muscular de duas enzimas – a quinurenina e a aminotransferase, que são importantes para a redução dos sintomas semelhantes aos da depressão.
Desse modo, a prática regular de atividade física tem se mostrado um instrumento poderoso para gerar uma série de sinalizações bioquímicas relevantes para o corpo, que estão implicadas na mediação do impacto positivo induzido pelo exercício na neurogênese, função cognitiva, apetite e metabolismo.
Referência: Pedersen, BK Atividade física e crosstalk músculo-cérebro. Nat Rev Endocrinol 15 , 383–392 (2019). https://doi.org/10.1038/s41574-019-0174-x
Profa. Dra. Lizanka Marinheiro, PhD, Md
Professora das Pós-graduações em Saúde da Mulher e em Pesquisa Clínica Aplicada à Saúde da Mulher
Coordenadora da Pós-Graduação em Endocrinologia Feminina e Chefe do Ambulatório de Endocrinologia Feminina
Instituto Nacional de Saúde Fernandes Figueira – FIOCRUZ